Crónicas de LÉ on HARD (um conto de fricção nabónica...)

Um vulto vagueava por ruas secundárias; esguio e fugitivo naquele fim de tarde alfacinha... No seu trajecto procurava desesperadamente não se cruzar com alguém... pelo menos até ao momento: O momento em que teria que se encontrar com a multidão...
Segurava na mão esquerda a bandeira em dever patriótico! Portugal é campeão do mundo de Futebol! É seu dever neste tórrido Domingo de Junho de 2010 festejar loucamente... ele e tantos Portugueses.
Mas a sua mão direita essa, tem que fazer o que habitualmente tem feito nos últimos tempos... LÉ on HARD proteje quase com a própria vida a sua virilidade, mão direita em concha sobre o baixo ventre... e tal qual os restantes vultos que parecem fugir rapidamente em cada esquina, caminha curvado, suor na testa, em pânico! Ao mesmo tempo aquele sentimento de culpa, no fundo tinha sido ele a começar o caos... um caos que não sabia agora como terminar...

Tudo se tinha passado há algum tempo... Após um jantar bem regado seguiu com seus companheiros por becos e vielas, cantando e rindo alegremente, parando de porta em porta e de bar em bar... A noite parecia não ter fim... e na loucura da mesma ninguém sabia já onde se enfiava! Cada bar uma porta aberta, para a desgraça!
"GREMITUS", o nome sobre a porta... entraram pois, indiferentes a tudo... Alguém achou o ambiente estranho, mas no fundo todos se queriam divertir... LE on HARD sempre fora um dos grandes galhofeiros da noite! E descontraidamente resolveu lançar mais uma bela piada... olhou para o amigo mais próximo e rápidamente berrou pela primeira vez a frase... aquela frase... o pesadelo que o iria traumatizar para sempre!
Todos se riram alarvemente... A frase passou em menos de um minuto de boca em boca... já todos a gritavam alto... e de repente o pânico instalou-se! Ao dizer a frase imediatamente uma mão se aproximava pronta a tocar-lhes no orgão sexual... E os jovens que podiam fazer!? Gritar a frase, ainda mais! Porque só gritando teriam paz! Dobraram-se protegendo, fugiram correndo e o caos começou a aparecer...


... LE on HARD segurava a bandeira à medida que ia vislumbrando o Marquês de Pombal com milhares de pessoas! E sendo muitas, andavam também elas na larga maioria curvadas e quase todas lançando o grito! Aquele grito que lhe martelava a cabeça! Com a mão segurava o pau... DA BANDEIRA (porque o outro desde essa data fatídica que não saía do casulo excepto na casa de banho de sua habitação...) e deixava uma lágrima escorrer à medida que se lembrava do que se tinha tornado a sua vida... De como o caos alastrou ainda mais naquele dia, em que por causa dos miúdos de uma escola Secundária terem começado também com uns gritos num exame de matemática, lhe tinham vindo pedir explicações ao seu trabalho... De como em directo no Telejornal berrou vária vezes a frase ao jornalista atónito, enquanto se curvava e tentava refugiar por trás da secretária!
Finalmente o destino... No meio da algazarra e euforia, uns cânticos de festejo com a palavra Portugal... mas a maioria tal como ele, curvava-se e berrava protegendo as parte baixas e tornando o Marquês num recinto onde ecoavam várias vezes as palavras, naquela frase maldita que o queimava por dentro, eternamente...

TIRA-ME A MÃO DA GAITA!! EH PAH TIRA-ME A MÃO DA GAITA!!!!!!

Comentários

Chas. disse…
Alfa Toco Ferol, tira-me a mão da glande seu sanguesuga pachorento

:)
Captain Dildough disse…
Fónix, um verdadeiro conto distópico!
R.B. NorTør disse…
Mas que gritavam, mas que gritavam?
Anónimo disse…
LOOL Eu mesmo já gritei essa frase (ou variantes) vezes incontáveis, especialmente na presença do autor (larilas) do texto!

Mas gosto sempre de ler uma boa obra de ficção futurista, embora bastante difícil de acreditar: Portugal campeão do mundo? Só sob a influência de psicotrópicos!
Chas. disse…
Ou Nabotrópicos... Por falar nisso, tira-me a mão da...

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