Esse lugar é meu!!
Era uma madrugada normal, num dia de trabalho normal, num comboio da CP da linha de Sintra que de tão normal, até me irrita e faz escrever uma asneirada muito muito feia e gratuita (ao contrário do preço dos passes): chissa! As pessoas entravam em todas as estações de um modo quase ordeiro, aparentando uma calma que era tudo menos isso mesmo. Na estação do Cacém a tragédia aconteceu. A Dona Idalina, furando por entre os magotes de passageiros, vislumbrou um lugar sentado perdido. “As minhas pernas carregadinhas de varizes e veias rebentadas têm de descansar!!” pensou a senhora de meia idade (se se considerar uma idade inteira como 120 anos para aí, claro) com os seus botões, que fechavam um vestido envolvendo os seus 170 kilogramas de pura banha, enquanto se dirigia para o descanso semi paradisíaco. Na extremidade oposta da carruagem entrava Mané Matimba, que embora habitante de um bairro degradado era um trabalhador dedicado, versado em telecomunicações de ponta: ponta da