O Abilhador
A campainha tocava com grande frenesim às seis e meia da manhã. O sol mal tinha nascido e já os galos fornicavam no galinheiro ensurdecendo de prazer toda a vizinhança. Os lençóis molhados e manchados de um odor reconhecível provavam a incontinência ejaculatória. Zé, o Dobrador de Bilhas , levantou-se da cama ainda a cambalear do seu último copo de vinho maduro e dirigiu-se até à janela. Afastou os cortinados rotos e manchados, e olhou para baixo, para a rua, onde estava estacionada uma carrinha da CavalGalp, uma empresa de gás metano, proveniente de cavalos. “Fodasse pós tipos do gás, óhh caralho... nem me deixam acabar o sono” pensou ele enquanto se dirigia para a entrada abrindo a porta com alguma fúria. - Porra! São horas... - gritou ele incompletamente até ter focado a pessoa que estava à sua porta – Olá, muito bom dia... - o seu rosto coloriu-se de um rosado envergonhado. - Bom dia, Sr. Zé?! Cabe a mim daqui a diante entregar as garrafas de metano. Espero não o ter vindo aco