Ana Aberta



NOTA: Este texto andava esquecido desde meados de 2010 no limbo dos rascunhos. Foi resgatado por sugestão dum colega autor (que por acaso até é o parodiado, vide "Ana Berta" no site irmão mais casto, vulgo P.E.N.A.)

Bem hajas, ó Barata, por ajudares a espalhar o flagelo da fraca validade literária! ;-)

NOTA 2: Caso o estimado leitor empanque em quaisquer termos menos familiares, tais como double anal, fisting ou patacho, é favor de se ligar na Internéta e pesquisar, que foi coisa a que o autor, diligentemente, se prestou noites a fio.
E agora, suba o pano!


"Luzes, Câmeraa...."

Pausa.

"...Aaaacção!"

O cameraman revirou os olhos enquanto o grande Vá Leitão, realizador aclamado da nova vaga do pornô lusitano, dava uma de Cecil B. de Malho. A equipa já se deveria ter habituado aos trejeitos de primadona... Mas já lá iam cinco horas de rodagens e o cheiro a sovaco, nhanha e vaselina começava a fazer confusão ao profissional mais batido.
Ana "Fiuipa" não era excepção.

"Dasse, ó Leitão! Já tou a ficar assada com isto! Quando é que acabamos?"

"Não lhe arranjei já um álibute? Então faça favor de se pôr na posição e espetar bem esse rabinho, que é para isso que eu lhe pago." - o cineasta, no seu tom afectado e indumentária Chanel, era considerado um peixe fora de água no meio hardcore straight. Mas isso nunca o impedira de seguir os seus impulsos. Além de que as más línguas ainda não tinham parado de bater nos dentes com um certo episódio escabroso dos seus tempos do cinema fag, envolvendo seis elementos do grupo fister Bear Love, meio litro de óleo Johnson e um leitão de Negrais (vivo).

Por detrás dos holofotes, Filipe tentava distrair-se com o Sudoku no smartphone. Tarefa complicada quando a mulher com quem namora desde os tempos de liceu está a ser penetrada por vários indivíduos de etnia africana.

"Ora bem... falta-me a porra do seis..."

- Oh! Sim! Mais! Mais!

"Hum... Já achei os outros todos, agora se soubesse qual dos dois buracos..."

- Aí! Sim, mete-o todo! OOOhh...

"Hmm... Ali também dá o três..."

- Dois duma vez? Seus safados... Vamos lá a ver se...

(sonoro peido)

- Opá, assim não dá. Então você, numa cena tão dinâmica, comete-me uma deselegância dessas? Vá, cinco minutos, meninos, pra tirarem o suor dos entrefolhos!

A equipa suspirou de alívio. A rodagem prolongada ameaçava multiplicar os erros que, por cansaço, se iam acumulando. O realizador não estava, de tooodo, satisfeito com o rumo que as coisas estavam a tomar.
"Je suis un artiste", um visionário pioneiro/pinoqueiro, não podia deixar ir tudo p'lo cânus abaixo!

Ana Filipa, AKA Cuntrine Wide, AKA a Alcatreira da Tapadinha (mercê do seu interminável e insaciável recto), deslocou-se, não sem algum bambear de pernas, até à cadeirinha ao lado de Filipe.

- Então, ainda vão demorar muito?
- Ai filho - enquanto pegava numa almofadinha "donut" - isto hoje tá complicado. O sacana não fica satisfeito enquanto não tiver o perfeito ass gape para concorrer aos ÓscarAlhos deste ano. E eu, por este andar, já nem vou ter de fazer força pra cagar...
- Deixa tar, também és paga à hora...
"Havias de ser tu ali de cu pró ar, meu grande cabrão..."

Ana conhecia o Saraiva desde o sétimo ano, e francamente nunca percebeu muito bem o que viu nele. Ultimamente tinham uma relação de velhos, ele no sofá a ler os blogues, ela a jardinar a meia dúzia de plantas raquíticas que compraram para animar uma casa tão cinzenta como a pele dum heroinómano.

Não tinham animais de estimação, não tinham amigos, e a única intimidade que partilhavam era à noite, quando Ana lhe espremia os furúnculos das costas e Filipe lhe passava Ultraproct no seu ânus pós-apocalíptico.

De repente, grande comoção. Formava-se uma turba de gente junto à casa de banho dos bastidores.

- Iiih, pessoal, não venham... opá deixem-se tar aí, caralho! - Carlão, cameraman veterano de cem mil esguichadelas, não conseguia conter as lágrimas.

- O qué que se passa? Deixem passar, porra...

Encontraram Leitão, prostrado, no meio do chão. Esparramado, uma poça vermelha a formar-se em volta dele.

- Foi o molho... - um dos actores negros tentava relatar a situação, um tal Reinaldo. Estava em choque, a sua gaita murcha como um feijão seco. Mas um feijão de vinte centímetros.

Vá Leitão era, de facto, um homem/pessoa/coiso de excessos. Na sua busca decadente de novas sensações, não descansou enquanto não testou pessoalmente o temível Clister BarbeCu. O molho picante irritou-lhe de tal maneira as mucosas que o seu tracto intestinal se desfez numa diarreia sanguinolenta.

- Foda-se - largou Cuntrine Wide, AKA Ana Filipa Machado - Lá tenho eu de voltar prá merda do Pingo Doce.


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