Ode ao doente (des)conhecido (ou um trabalho nojento de um químico)
Injecção aqui, injecção acolá, Sigo analisando cada doente. Ponho fibra, tiro fibra, já está… Apre, que estou a ficar demente! Começo pelo José da Brandoa, Mais o Pedro Almeida de Salvaterra. (A ambos já deve ter dado a macacoa, E estão debaixo de sete palmos de terra!) Do Mário Silva chegou um saco de ar, Enchido com todo o cuidado. (Com tanta doença pulmonar, Já estou a ficar marado!) Analiso também a dona Felismina, Ou antes, a sua gosma verde nojenta! (Ao almoço já não peço gelatina, Nem de limão nem de menta!) Do senhor Norberto, fumador inveterado, Exponho a fibra num saco bem volumoso. (Pelo cromatograma, deve estar alcatroado, Talvez já mesmo num estado comatoso!) E para acabar, o Armindo de Almada, Mais a Maria do Barreiro… (A esta hora avançada, Já foram ambos para o galheiro!) E é assim que semana após semana, Injecção atrás de injecção, Analisando o ar que o pulmão emana, Passa o tempo o bom do João! Nota do autor: Os nomes dos doentes são completamente fictícios (espero!!