O exame

15 de Julho de 1772, 13H34, Paris

Um vulto de capa e tricórnio negro avança rapidamente por entre a multidão que se acotovela próximo do Jardim das Tulherias. De uma carruagem sai um homem fardado de cabelo branco puxado atrás da nuca, que dá uma palmada no cavalo e avança calmamente. O vulto negro grita então:
- Monsieur Coulomb! Monsieur Coulomb!
O militar vira-se na direcção da voz, no preciso momento em que o vulto negro puxa de dentro do sobretudo uma peça estranha que começa a rugir rapidamente:
- Ahhhh!!! – grita a personagem de negro, enquanto o outro cai cravejado de balas, sangrando – A boa da G-3 ainda funciona!!! Ninguém te manda armares-te em esperto e inventares umas merdas de leis para me lixares a cabeça daqui a 2 séculos e meio!! E tens sorte, poupo-te à guilhotina de daqui a uns anitos!! – riu-se o assassino, continuando a disparar – O Faraday e o Franklin deram mais luta que tu, sua menina!!

16 de Julho de 2005, 17h45, Lisboa

Um professor de física da faculdade de ciências e tecnologia com nome meio francês, meio cântico, segue alegremente no seu veículo motorizado (que não se sabe a marca, mas não interessa para o caso – Nota do autor) quando é abalroado por outro veículo. Parando imediatamente, o professor sai e tenta avaliar os estragos do seu carro, ao mesmo tempo que olha incrédulo para o vulto que sai do outro carro acidentado:
- Maz qué fez vocé, uh?!? Um bocadin maiz de attention, non? – berrou o luso-francês
- Olha-me outro franciú!! – cuspiu o outro condutor – Só me tocam destes!! Bom, toca a trabalhar. – disse, retirando do bolso um capacitor de 3500 Volts, correndo de seguida em volta do professor espantado, que em menos de nada se viu preso em fios de electricidade com pinças
- Maz qué istou, ã!! Vocé et doidó?? Ahhhhhaaauuuughghhhhhhhh !! – guinchou de dor, caindo pelo chão, estrebuchando à medida que ia ficando com os cabelos em pé e começava a cheirar a carne queimada
- Cala-te mas é, e capacita-te que não lixas mais aluno nenhum! Ahahah, boa piada, capacita-te! – disse o assassino, afastando-se da sua vitima completamente esturricada, rindo sozinho

17 de Julho de 2005, 23H40, Torre da Caparica

O senhor Alberto, segurança há já 15 anos no campus da Caparica da FCT-UNL, fazia a sua habitual ronda pelo edifício de física, quando ouviu uns barulhos estranhos num gabinete. Correndo para lá, tirou o molho de chaves e entrou no 2.31 (número completamente ao calhas, não sei qualquer número do gabinete – Nota do autor). Um vulto agachado saltou na sua direcção rapidamente.
- Não queria, mas agora vou ter que o magoar!! – disse o assaltante, agredindo com uma lata de gasolina o pobre segurança – Fica amarrado enquanto eu queimo esta porra toda! – disse regando o gabinete com gasolina e acendendo um fósforo – Veremos como é amanhã! Ah ah ah!!


18 de Julho de 2005, 12H50, Torre da Caparica

Cerca de 300 alunos agrupavam-se ansiosos em frente ao edificio VII, esperando que o professor falasse.
- Bom, infelizmente o nosso departamento ardeu, o regente da cadeira e meu grande amigo morreu, cadeira que nem sei bem o que é porque a minha mente parece estar um pouco... vazia. De qualquer maneira, tinha um cópia do exame em casa, e conseguimos requisitar o grande auditório. Já sabem, a matéria era até às leis de.... qualquer coisa ou de alguém sei lá quem. Vamos lá – disse, chocalhando as chaves.
Do fim do grupo um aluno desesperado berra “Grande merda, nem assim me escapo a isto AHHHHHHHHHHHHHHHH” e foge a correr desvairadamente.

Comentários

Chas. disse…
O trauma das físicas à flor da pele. Vamos lá... ganha essa batalha ;)
Anónimo disse…
capacita-te que não lixas mais aluno nenhum! looooooool . buaaaaaaah snif snif ... n quero ir ao exameeeee :(
Captain Dildough disse…
LOL!
Ainda não tinha lido esta pérola... :)
"Capacita-te"... Muito má...

Nota: Porra, fizeste a pesquisa histórica do Coulomb e nem foste capaz de pesquisar o número do gabinete? És mesmo nabo!!! B<===3

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